Sociedade coreana atual produz ‘tribo canguru’ entre jovens desempregados


    O termo “tribo canguru” vem do marsupial australiano que carrega seu filhote numa bolsa anexa ao próprio corpo. Foto: The Hankyoreh
Com dificuldade em arranjar emprego, muitos jovens estão vivendo com seus pais, os quais não estão muito felizes com isso

Um crescente número de jovens sul coreanos estão entrando para a chamada “tribo canguru”: filhos, que mesmo já estando em idade suficiente para se virar por conta própria, por não conseguir encontrar um emprego, permanecem financeiramente dependentes de seus pais. Acontece que estes pais, acima da sexta década de vida, não gostariam de estar vivendo com seus filhos, já na terceira idade.
Os resultados de uma pesquisa na sociedade sul coreana em 2015, publicada pela Statistics Korea, em 26 de novembro do ano passado, mostram que 31,6% dos sul coreanos com menos de 60 anos de idade estão vivendo com seus filhos. A razão mais comum para a coabitação – dada por 34,2% dos entrevistados – foi a de que seus filhos não estão conseguindo viver por conta própria. Este valor é 4,9 % maior que a dois anos atrás, em 2013, quando era de 29,3%.
Isto sugere que, com maior dificuldade de conseguir um emprego (o desemprego entre os jovens é de mais de 10%) e com poucos benefícios sociais disponíveis, os jovens estão esperando mais tempo para sair de casa. Outros 29,3% de pais estavam vivendo com seus filhos, porque eles mesmo não conseguem de viver por conta própria. As principais razões são o atraso na aplicação do plano de pensão nacional e outros programas de bem estar, bem como os preparativos inadequados para a aposentadoria, por pessoas com mais de 60.
Apenas 56,1% das pessoas com mais de 60 anos, disseram estar se preparando para a velhice. A taxa de pobreza entre os sul coreanos maiores de 65 anos foi de 48,6%, a maior taxa de todos os países da OCDE; 75,1% dos entrevistados com mais de 60 anos disseram que preferiam não viver mais com os seus filhos. A taxa foi mais de 10% maior que a de 2009, na marca dos 62,9%; A taxa de pessoas pouco dispostas a viver com seus filhos foi maior entre os homens (77,4%) do que as mulheres (73,3%), e maior nas aldeias de agricultura e pesca (76,1%) do que nas cidades (74,8%). Uma porcentagem esmagadora dos idosos (86%) gosta mais da ideia de viver em sua própria casa. Apenas 13,3% disseram que queriam viver em uma casa de repouso ou centro para aposentados.
O local de trabalho preferido entre os jovens foram as agências do governo (23,7%), segundo a pesquisa. Em segundo, vêm as empresas estatais (19,5%) e as grandes corporações (18,7%). Algumas das alterações notáveis da pesquisa feita há dois anos foram que a preferência por agências do governo caiu 5%, enquanto a preferência pelo emprego autônomo subiu de 8,5% para 11,5%; 61% das pessoas empregadas relataram sentirem-se constantemente ansiosas em perder seus empregos ou serem forçadas a encontrar um novo. 16,4% dos entrevistados, descreveram esta ansiedade como “muito grave”. Quando perguntados sobre o maior obstáculo para as mulheres encontrarem trabalho, a resposta mais comum era o fardo de ter cuidar das crianças (47,5%), enquanto 21,5% dos entrevistados apontaram os costumes e estereótipos sobre as mulheres na sociedade.
Fonte: The Hankyoreh/Sarangingayo

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