Infectados pelo MERS passam de 100 na Coreia do Sul; Aumentam casos fatais no país


Foram confirmados mais treze casos e mais duas mortes em decorrência da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) nesta quarta-feira, 10/06, elevando o número total de infectados para 108 e o número de mortos para 9, eliminando a esperança dos sul-coreanos de que o vírus começasse a diminuir esta semana.
Os últimos casos fatais – um homem de 62 anos e uma mulher de 75 – vinham recebendo tratamento em uma unidade de terapia intensiva quando suas condições pioraram, de acordo com a equipe de resposta especial àMERS do Ministério da Saúde. O homem tinha um histórico de câncer de fígado e cirrose hepática, enquanto a mulher sofria de mieloma múltiplo.
O vírus da MERS afeta particularmente aqueles com condições médicas pré-existentes. Todas as mortes relacionadas à MERS na Coreia até o momento foram em pacientes com idade acima de 55 anos.  Das 13 novas infecções, 10 vieram do Samsung Medical Center (no sul de Seul), hoje, uma das duas instalações médicas mais atingidas do país com foco de MERS. Já são aproximadamente 29 hospitais afetados pela doença.
Ontem a tarde, o número de pessoas em quarentena por possível infecção subiu para 3.439. Outras 229 aguardam os resultados de seus exames, incluindo uma mulher grávida, que foi inicialmente reportada como sendo a primeira paciente gestante a contrair MERS no país. Contudo, os resultados foram negativos no segundo teste.
Segundo as autoridades, 11 pacientes estão em condição instável, incluindo um médico do Samsung Medical Center, que requer assistência respiratória.  Quatro pessoas já se recuperaram totalmente da doença, incluindo uma mulher de 25 anos, liberada do hospital também na data de ontem (10/06).
Em uma declaração pública, o Primeiro-Ministro em exercício, Choi KyungHwan, disse que o governo designou instituições médicas em cada município para o tratamento intensivo da Mers. As 16 instituições incluem o Boramae Medical Center em Seul, o Chungnam National University Hospital in Daejeon e o Seul National University Bundang Hospital em Bundang, província de Gyeonggi.
O governo também designou 32 hospitais para tratar pacientes que estejam apenas com suspeitas de terem contraído o vírus. Choi KyungHwan aconselhou as pessoas a abster-se de visitar hospitais, uma vez que o contágio tem se dado somente nestes locais.
As autoridades de saúde reiteraram que a possibilidade de uma epidemia é mínima, confirmando que os pacientes não estiveram em contato com o público em geral. Mas com muitos questionando a eficácia das medidas do governo e o aumento do número de casos, a população segue assustada.
Até o momento, 1.547 instituições de ensino na Coréia cancelaram as aulas. A Secretaria de Educação de Seul estendeu o cancelamento das aulas para as regiões de Gangnam-gu e Seocho-gu, atingidas fortemente pelo vírus, e aconselhou escolas em Gangdong-gu e Songpa-gu a suspender as aulas também.
Especulações por parte das autoridades de saúde também influenciam a opinião pública. A equipe de resposta especial à MERS afirmou, nesta terça-feira (09) , que o surto começaria a diminuir gradualmente. Mas, na entrevista de quarta-feira (10), os mesmos disseram que mais casos podem surgir nos próximos dois ou três dias. Como parte de seu esforço para conter a MERS, o governo decidiu tomar medidas mais drásticas e solicitou uma verificação em todos os pacientes com diagnóstico de pneumonia em mais de 3.000 instituições médicas em todo o país, como parte das medidas “preventivas” contra a MERS. Os pacientes submetidos à verificação foram proibidos de deixar os hospitais. Esta verificação em larga escala foi em resposta a solicitação da Sociedade de Doenças Infecciosas da Coreia, que suspeita que os primeiros pacientes com MERS, que foram erroneamente diagnosticados com pneumonia, levaram à rápida propagação da doença.
Como os sintomas da Mers são semelhantes aos de pneumonia, muitos pacientes foram inicialmente diagnosticados como pacientes com pneumonia e não foram colocados em quarentena, incluindo o primeiro paciente da nação. Isto parece ter, subsequentemente, levado à infecção em grande escala dentro de um hospital. Uma equipe conjunta de funcionários do governo e da Organização Mundial da Saúde estão realizando uma investigação para determinar o motivo da rápida propagação da infecção em um tempo tão curto. O primeiro paciente foi diagnosticado em 20 de maio de 2015.
As evidências apresentadas até agora sugerem que o padrão do surto na República da Coreia do Sul pode ser semelhante ao surto de MERS que ocorreu em instalações de saúde no Oriente Médio. No entanto, a situação está evoluindo rapidamente e as investigações estão em andamento“, disse a equipe conjunta, em sua mensagem para o público coreano. Margaret Chan, Diretora Geral da OMS, suspeita que o hábito de cuidar dos membros doentes da família, presente na cultura da Coreia do Sul, pode ter contribuído para a rápida propagação da doença.
A equipe conjunta também aconselhou as autoridades a reabrir as escolas, uma vez que não estão ligadas à transmissão da MERS. A preocupação do governo está agora em prevenir a recorrência de infecções massivas, após o Samsung Medical Center e o Pyeongtaek St. Mary’s Hospital terem reportado 37 casos, cada.  “Até o momento, todas as infecções pelo vírus da MERS ocorreram através de contato próximo. Nós estamos monitorando de perto para garantir que não percamos o controle de quem já teve contato próximo com um paciente de MERS“, disse Kwon DeokCheol, da equipe de resposta especial à MERS.
A Coreia do Sul é o segundo país – apenas atrás da Arábia Saudita – onde a doença foi reportada pela primeira vez em 2012 e que abriga mais de 90 por cento do total dos casos confirmados. Por esta razão, outros países intensificaram o monitoramento à turistas da Coreia. As autoridades de saúde de Hong Kong informaram nesta quarta-feira que 16 turistas provenientes da Coreia foram colocados em quarentena e testados contra a MERS desde segunda-feira.

Fonte: Korea Herald/Sarangingayo

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