Diretor da KOCCA (Agência de Conteúdo Criativo da Coreia) fala sobre o futuro da onda Hallyu

A popularidade da cultura de entretenimento coreana, mais especificamente da música pop e dos dramas televisivos, tem alegrado a casa de muita gente na maioria dos países asiáticos ao longo dos últimos anos. O país inteiro se esforça para descobrir uma forma de fazer dinheiro junto com esta onda.

No entanto, a fim de que a onda coreana, ou Hallyu, continue em meio à crescente onda de protecionismo cultural no exterior, o país precisa criar um novo “trunfo” num futuro próximo, disse o Diretor da Agência de Conteúdo Criativo da Coreia (KOCCA).

“Os próximos três anos serão cruciais. Temos de chegar a um “conteúdo matador” (a fim de cimentar e aprofundar a onda hallyu)” declarou Song SungGak, o novo diretor da KOCCA, numa conferência de imprensa em Seul, na semana passada.

Como uma agência estatal dedicada a ajudar a desenvolver as indústrias criativas locais, a KOCCA deve liderar o caminho na busca do próximo “grande trunfo”.

“Nosso orçamento anual é ₩ 211.000.000.000 (R$ 527.500.000), o que é aproximadamente o mesmo montante que uma montadora destina para o desenvolvimento de um novo modelo de veículo“, disse ele. “É por isso que precisamos ser seletivos naquilo em que gastaremos o dinheiro e realmente nos concentrarmos em projetos considerados mais promissores“, acrescentou.

Quando solicitado a elaborar um pouco mais algo sobre “conteúdo matador”, o executivo deu o exemplo da SMTOWN@coexartium, um complexo de cinco andares abertos pela SM Entertainment, uma das duas principais gravadoras de K-pop e agência de gestão de talentos.

“Assistindo ao musical holográfico com os artistas da SM neste local, eu pensei que (um “conteúdo matador”, qualquer que seja o formato ou gênero), deve ser algo que pode ser consumido em massa, assim como aquele musical holográfico“, disse ele.

A onda Hallyu começou há cerca de uma década atrás, no Japão, com uma série de dramas que se tornaram um sucesso absoluto, que logo se espalhou para outros países asiáticos, incluindo a China. Agora o K-pop está na vanguarda, com seus grupos e ídolos apaixonantes, canções viciantes, looks arrojados, movimentos de dança chamativos e uma legião crescente de fãs no mundo inteiro.

Embora sublinhando a necessidade de ampliar ainda mais o alcance global da onda Hallyu, Song admitiu que os criadores devem ser realistas sobre suas chances nos principais mercados dos EUA ou na Europa.

“Há muitos países onde a onda Hallyu ainda não está estabelecida, mas tem um grande potencial para o sucesso“, disse Song. “Precisamos definir estratégias para esses mercados.”

Song, de 56 anos, tomou posse como diretor da agência com sede em Naju, na Província de Jeolla do Sul, em dezembro, depois de trabalhar mais de 30 anos em diversas áreas criativas, da TV, do cinema e publicidade. Ele deve ficar neste cargo por três anos.

Como ex-executivo da Cheil Worldwide Inc., um braço de publicidade do grupo Samsung, o novo diretor tem experiência em design visual e publicidade. Desde 2008, ele vinha gerenciando uma agência de publicidade para a TV, a Mercury Post, em Seul.

Fonte: Korea Herald/Sarangingayo